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domingo, 9 de outubro de 2011

ELI, O OUTRO

Ainda me é impossível parar de escrever sobre Eli. Nesse momento, no entanto, não se trata exatamente do personagem do filme - postagem de 25 de abril -, mas o Ser amado de Hannah Senesh e de quem lembra em seus quase últimos momentos de vida. Ela homenageia outro Eli, quando escreveu um poema em seu diário - musicado tempos depois.
Eis o poema, cantado no CD The Very Best of Israel. A tradução foi encontrada no site  http://www.webjudaica.com.br/index.jsp















Eli, Eli / Meu Deus, Meu Deus
Shelo yigamer le'olam / Que não se acabe nunca
Hachol ve'hayam / A areia do mar
Rishrush shel hama'yin / O movimento das águas
Berak hashama' yim / O brilho do céu
Tfilat ha'adam / A reza do homem.


Mesmo sabendo que a hora da morte se avizinhava, Hannah não abandonou o sentimento de amor por Eli (D-us), confiando que Ele providenciaria a permanência das coisas que ela admirava e que foram criadas nesta vida, conforme suas palavras no poema. Nessa canção alguns tradutores acrescentam no final: A voz chamou e eu fui / Eu fui porque a voz chamou. Nessa hora eu tenho que pensar de novo no filme O Livro de Eli, quando ele diz da voz que ouvira, dando-lhe instruções.


Hannah Senesh, filha de famoso jornalista e dramaturgo húngaro, desde cedo demonstrou inclinações para a arte da leitura e da escrita e, ainda criança, já começava o seu processo de "imortalização" por meio dos seus poemas. Era possuidora de uma imensa capacidade de encantar a todos com sua inteligência comunicativa, sua postura humanista, habilidade de discursar, transformar colegas em amigos e conservá-los . Sabia amar.


Na adolescência sentiu que o fogo do desejo de lutar em defesa dos seus pares de origem judaica lhe dava mais sentido à vida, bem como a consciência do que teria de enfrentar para defender-se e a seu povo. As questões políticas começavam a perturbar a vida na Europa lá pelos idos 1930, principalmente com a chegada de Hitler ao poder, em 1933, como Chanceler da Alemanha. Hannah, então, identifica-se com o movimento sionista, mas, "sem perder a ternura", luta e escreve poemas firmando, de vez, a sua posição no mundo.

Escondida com outros guerrilheiros, numa floresta, escreveu um de seus mais famosos poemas, Blessed is the Match: "Bendito é o jogo consumido em arder fogo / Bendita seja a chama que arde em segredo no coração / Abençoado seja o coração com força para parar de bater por causa de sua honra / Bendito seja o jogo consumido em acender fogo". Por esse poema ela foi homenageada com o documentário Blessed is the Match: The Life and Death of Hannah Senesh (Bendito é o jogo: Vida e Morte de Hannah Senesh) - EUA, 2008.
Após a sua execução, 07 de novembro de 1944, em seu diário foi encontrado escrito: "... eu joguei o que mais importava / os dados foram lançados / eu perdi." Hannah, no entanto, nada perdeu porque na vida nada se perde. Os aprendizados são os ganhos. Quem ensina o valor que os sonhos têm, vence. Ela se fez heroína porque, inclusive, venceu o medo da vida e da morte. Portanto, só há ganhos, mesmo no equívoco das perdas. Hannah sabia disso e imortalizou-se ao ser a antena literária que captou, enquanto esteve por aqui, a alma e o sonho do seu povo.

O amor a Eli, O Outro, foi a sua inspiração, a sua coragem. O Pe. Antonio Vieira disse que o livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive. Cada verso que Hannah Senesh escreveu é um mundo de palavras - mudas para alguns - que cantam nos meus ouvidos sobre o sonho possível. É o verso guia e sempre vivo, vivendo comigo. De vem em sempre!





























6 comentários:

Oswaldo Antônio Begiato disse...

Oi Amada,

Interessante este teu encanto agora.
Mas muito delicado e deve a ter a ver com o que está te rodeando ultimamente. A convicção da reencarnação.
Gostei do que escreveste, e tua insegurança é infundada.
Sou agora teu seguidor.
Parabéns, mulher.
bjos.w

Martha disse...

Minha querida amiga-irmã,

Parabéns, vc é sempre fenomenal, sou sua fã de carteirinha.

Bjs e continue vc está indo mt bem

Cinzas e Diamantes disse...

Amiga, tenho acompanhado o blog. Inclusive já sou seguidor. Gostei do ntexto sobre a poeta judia.
Beijos....
Antonio Nahud Júnior

Tânia Suzart Arts disse...

Neuzamaria,postagem para ler, meditar e tirar conclusões.
Parabéns, estás no caminho certo quanto a blogs.
O vídeo, não foi postado. Mas é assim mesmo,é um pouco complicado a postagem de vídeos no blogspot. Eu aínda não consegui postar nenhum no meu blog, embora já tenha tentado várias vezes.
Abraços!

Neuzamaria Kerner disse...

Amiga,
Estou encantada com a análise que vc faz de
GENTE, ESTOU POSTANDO ABAIXO O QUE ANNA SECOMANDI ENVIOU PARA O MEU E-MAIL PORQUE ELA NÃO ACERTOU POSTAR. RSRSRSRS


HANNAH, para mim foi de uma profundidade inatingível. Tenho lido e relido. Quero ver o filme de novo. Continue iluminando as mentes com seus escrevinhamentos!
PARABÉNS!!!!
Beijos, Anna

Tânia Suzart Arts disse...

Hoje vi o vídeo.
Muito bonito: melodia e imágens.
Deveria ser meu pc que estava com alguma restrição. Mas passou por reforma e agora está ok.
Abraços