É SEMPRE TEMPO DE DIZER...
Na primeira noite,
Eles se aproximam
E colhem uma flor
De nosso jardim
E não dizemos nada.
Na segunda noite,
Já não se escondem:
Pisam as flores,
Matam nosso cão,
E não dizemos nada.
Até que um dia
O mais frágil deles
Entra sozinho em nossa casa,
Rouba-nos a lua e,
Conhecendo nosso medo,
Arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada
Na primeira noite,
Eles se aproximam
E colhem uma flor
De nosso jardim
E não dizemos nada.
Na segunda noite,
Já não se escondem:
Pisam as flores,
Matam nosso cão,
E não dizemos nada.
Até que um dia
O mais frágil deles
Entra sozinho em nossa casa,
Rouba-nos a lua e,
Conhecendo nosso medo,
Arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada
No trecho do poema acima - NO CAMINHO COM MAIAKOWSKY (Eduardo Alves da Costa) – é possível abrir margem para interpretações e entendimentos diferentes porque pode dirigir o nosso olhar para onde queiramos. Embora seja sempre muito interessante discutir literatura, neste momento, no entanto, escolho desviar os meus olhos para uma questão que foi levantada, no site cafecomnoticias.com.br, (12/02/10), na crônica Seres-Monumentos, quando escrevi sobre a importância de prestarmos atenção aos nossos salva-vidas, os quais chamei de anjos.
Em verdade, apenas registrei os sentimentos da minha alma, sempre movida pelo Amor pela vida, pelos seres viventes e por esse universo que nos acolhe. O resultado do que escrevi foi positivo porque foi fruto também do olhar dos freqüentadores da praia de Villas (Lauro de Freitas) e de jornalistas atentos. Não podemos esquecer que juntos somos uma força indestrutível porque nada tememos; porque não permitimos que pisem nossas flores nem matem nosso cão. Ninguém nunca nos roubará a lua nem arrancará a voz da nossa garganta porque não nos omitimos; porque sabemos dizer o que sai do coração e dizemos quando é necessário.
Solidariamente a nossa comunidade contribuiu com seus comentários de apoio ao que noticiamos e nos fizemos ouvir pela administração municipal: hoje, 12 de fevereiro, os salva-vidas receberam parte do equipamento de que precisam para trabalhar. Estavam felizes e empolgados! Nós que noticiamos, bem como os freqüentadores da praia, ficamos agradecidos por termos nossas reivindicações atendidas.
Binóculos, pés de patos, rádio comunicador, máscara para respiração artificial e colete cervical para as vítimas de afogamento com suspeita de trauma na coluna. (vide fotos). Porém ainda continuamos no aguardo do pranchão, novas bandeiras, o indispensável kit de primeiros socorros e a continuação da construção dos outros mirantes necessários ao longo da praia. Agora confiamos que periodicamente virão também para os salva-vidas: colírios, protetor solar, óculos escuros e o ticket alimentação a fim de que almocem sem dependerem da generosidade dos donos das barracas e das baianas de acarajé.
Dizer com o coração traz boa sorte. É sempre tempo de dizer, portanto. Dizer para crescer e ajudar o outro a crescer, descobrir e desenvolver o que há de melhor em nós e nos outros. Essa é a lição do Amor, a única experiência verdadeiramente real e duradoura da vida. A essência dos relacionamentos, o oposto do medo, fonte da felicidade, energia que vive dentro de nós e nos une a todos os seres. Energia poderosa que nos faz dizer para que não nos arrependamos, um dia, de não termos dito nada.
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